Não mais.

O que ainda me incomoda afinal? Se quando você passa meu coração não acelera, não bate descompassadamente feito um louco querendo sair de um peito seguro, e deparar-se então com tanta falta de carinho.
Mas por que ainda me entristeço tanto? Se meus olhos já não brilham quando escuto o seu nome, se em meu rosto já não surge um sorriso ao te olhar de perto e lhe ver sorrir.
Se já não me comovo ao saber notícias tuas, nem jogo mais tudo pro alto em meio aos acasos de vontades e segredos que mantinha comigo para quando fosse preciso lhe oferecer.
Já não penso em você o dia inteiro, nem quando o dia é vazio e extinto de lembranças felizes. Não durmo mais sonhando com tua voz que já não me acalma, nem planejando um futuro que você pudesse ainda estar presente como a plenitude que eu tanto desejei.
Já não espero que o telefone toque, nem que você apareça de repente pra me dizer que sente falta de como a enxergava de um jeito que todos mostravam-se incapazes de fazer.
Não escrevo mais palavras bonitas, nem as dedico a você. Não te conto mais sobre os meus medos, meus planos, conquistas, mudanças que me modificam por completo e tornam-me aquilo que você já não conhece mais.
Apesar de tanta indiferença que me consome por inteira, por que ainda me incomodo tanto?
Talvez a maior dor seja a de não conseguir me importar, mesmo que me force a consumir migalhas do que restou já não valeria tanto a pena.
Então é outro adeus, um outro recomeço.


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