Não precisa preocupar-se com as loucuras que cometo, e mesmo sabendo o final trágico que isso causa, minha compulsão pelo errado do mundo restringe o ideal daquelas razões impostas o tempo todo, por gente que se acha melhor por saber de cor algum assunto ou outro.
Confesso que preciso de algum tempo com a minha sanidade, mas a falta de carinho, de amor, a falta de olhar para dentro de mim com qualquer sacrifício de tornar-me completamente inconstante, imprevisível, até mesmo fora do comum. Esta impermanencia de palavras, e mesmo a instabilidade dos dias que me arrastam por caminhos indefinidos e me carregam para longe, tão distante que me perco nas voltas confusas do que chamo de ‘’ minha vida ‘’.
Ela e somente ela para gritar e chamar de minha, que bato no peito e estremeço quando tentam feri-la constantemente.
Afasto qualquer tipo de aproximação, por medo ou covardia, chame do que quiser esta falta de fé autodestrutiva.
Sento-me a qualquer banco, calçadas, ruas vazias e nostálgicas com um caderno velho de folhas amassadas, e escrevo rapidamente, compulsivamente, num lapso de lembranças e acontecimentos dilacerados.
Uma fotografia antiga esboçada com manchas e rachaduras, que dói a alma tantas vontades imprecisas. A fuga da dor não cessa de doer, não subjetivamente quando se trata de nós.
Ainda assim preciso tanto, de uma necessidade assustadora e incompreensível da luz do sol que ilumina e aquece enquanto me edifico a todo instante.


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