Andávamos horas inteiras pelo parque. Ela apoiava-se na minha cintura e eu a puxava para perto.
Recordo-me que ria de seus passos tortos, e de quando tropeçava e perdia o chinelo.
Este amor nasceu involuntariamente dizia ela, enquanto me olhava sorrindo.
Explicava-me que nunca houve intenção de nenhuma das partes, que nos encontramos ao acaso sem planos elaborados. Que o improvável é o verdadeiro mistério que não podemos decifrar.
Tudo tornava-se simples, acessível. Como se a felicidade permanente fosse mesmo minha realidade mais segura.
Ela contava-me histórias para dormir, enquanto deslizava os dedos no meu cabelo molhado. Acordava ao meu lado e beijava-me os olhos, que abriam e fechavam buscando enxergá-la.
Nossa vida era repleta de fatos e acontecimentos e nada passava despercebidamente.
A música que tocava ficara impregnada como as tardes que nos ilumina,e tudo havia se tornado uma partitura.


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